NOVOS PROJETOS VÃO CRIAR MAIS "MÚSCULO" COMPETITIVO NAS PME DOS SECTORES DE BENS E SERVIÇOS TRANSACIONÁVEIS
Intensificar a competitividade das empresas e associados é o desígnio da AIP nos próximos anos, anunciado pelo presidente, José Eduardo Carvalho, durante a cerimónia de tomada de posse dos Órgãos Sociais eleitos para o quadriénio 2015/2018, realizada no dia 21 de julho, no Museu Industrial do Barreiro, Parque Empresarial Baía do Tejo.
"A AIP tem claramente definido o seu posicionamento no mercado associativo e a sua estratégia para os próximos anos", disse José Eduardo Carvalho, referindo que o objetivo é "melhorar a competitividade e as capacidades e qualidade de gestão das empresas", sobretudo aquelas que desenvolvem atividade nos "sectores de bens e serviços transacionáveis".
Para atingir este objetivo, a AIP estabeleceu quatro eixos estratégicos com planos de atividade nas áreas da cooperação e dimensionamento empresarial; internacionalização e reforço da capacidade exportadora; inovação e intermediação empresas/universidades; e também na recapitalização e melhoria da estrutura de capitais das empresas.
Alcançar o equilíbrio de exploração e sustentabilidade financeira, decorrente da execução do plano que foi aprovado na Assembleia-Geral de 31 de março, criar uma nova dinâmica associativa e de cooperação entre a AIP e as associações empresariais regionais suas filiadas são algumas das prioridades da Direção.
No âmbito desta estratégia, "voltada para as empresas e seus associados", José Eduardo Carvalho salientou dois dos vários projetos e ações da AIP que apontam para a melhoria da competitividade e da gestão: as compras agrupadas de energia eléctrica para PME (em fase de conceção), através de um leilão aberto com vista a obter melhores condições de preço e fornecimento; e a mediação e arbitragem de conflitos, serviço este já disponível através do seu centro, autorizado e homologado pelo Ministério da Justiça, o qual será reforçado com a criação de uma segunda estrutura.
A cerimónia da tomada de posse ficou assinalada pela passagem de um vídeo sobre a vida e a obra de Alfredo da Silva, considerado o "pai da indústria portuguesa", e também pelas intervenções do presidente da Assembleia-Geral, Pedro Ferraz da Costa, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro.
Pedro Ferraz da Costa, à semelhança de José Eduardo Carvalho, recordou aos participantes nesta singular tomada de posse que a AIP rejeita um modelo de crescimento baseado no aumento da despesa, na procura interna, em défices orçamentais, no crescimento da dívida pública e em salários não sustentados na produtividade.
"Precisamos de uma estratégia nacional de mobilização do potencial de crescimento económico", disse Ferraz da Costa, chamando a atenção para o "papel importante" que as organizações empresariais têm na matéria: "Precisamos de promover ativamente a concorrência e aceitar a destruição criativa. Sem deixar cair o que é velho não conseguimos criar o que é novo e tem futuro. E teremos que fazer as alterações constitucionais que sejam precisas para isso. A revisão da Constituição não é um objetivo em si. Ela não pode é impossibilitar decisões que sejam largamente sufragadas pela generalidade da população, se o forem. Se não forem, temos um outro cenário negativo, muito negativo. Pode resultar da inexistência de um governo maioritário, do subsequente clima de campanha eleitoral permanente, que é fácil de prever, perda de credibilidade externa, precipitada por algum acidente decorrente da difícil situação na Grécia. Se tal acontecer, voltaremos a um novo programa de resgate."
O responsável pela Mesa da AG da AIP exortou as estruturas representativas das empresas a trabalharem numa "agenda exigente" tendo em vista o próximo ato eleitoral, "que deve definir objetivos, assumir compromissos e negociar uma mudança significativa das condições de funcionamento da economia portuguesa".
Condições que deverão passar, segundo Ferraz da Costa, por "criar incentivos para os que querem correr riscos, internacionalizar, inovar e lançar novas actividades, e reduzir a proteção daqueles que querem ficar no mesmo sítio". Porque, conclui, "o país não aguenta ter tão pouca gente a puxar para a frente e tantos sentados numa cadeira".
Sérgio Monteiro, a quem coube o encerramento da sessão, fez um balanço da atividade que desenvolveu nos últimos quatro anos no sector, com destaque para as privatizações ocorridas, a legislação publicada, as alterações fundamentais no sector portuário e o plano para as infraestruturas.
Medidas resultantes de um trabalho conjunto com vários agentes e estruturas empresariais, entre elas a AIP: "Trilhamos um caminho conjunto, feito com muitas lutas e angústias, bastante reflexão conjunta e sobretudo esforço partilhado por muitos que estão nesta sala e que se cruzaram comigo nesta aventura - a de querermos todos um pais mais livre, mais aberto, mais justo e com mais oportunidades para todos. O tema das obras públicas tem o consenso dos partidos do arco da governação quanto ao plano de investimento para os próximos anos. O meu obrigado pelo bom trabalho prestado."
"Escola de gestão de Alfredo da Silva até agora inigualável"
É uma história verosímil e repete-se. Com outros protagonistas e "94 anos de distância, a similitude das preocupações associativas fazem-nos reflectir", observou José Eduardo Carvalho, ao evocar a obra do industrial e antigo presidente da AIP, Alfredo da Silva, e ao explicar as razões da escolha do Barreiro para a tomada de posse.
A AIP, desde a sua fundação, em 1837, teve 20 presidentes. "Alfredo da Silva foi de todos o que ficará eternamente ligado à história industrial, empresarial e económica de Portugal", recordou José Eduardo Carvalho aproveitando a oportunidade para partilhar uma das histórias mais bem-sucedidas: "E o grupo que criou introduziu uma cultura empresarial e uma escola de gestão que foi única em Portugal, até agora inigualável".
Alfredo da Silva foi associado da AIP durante 50 anos. Após a implantação da República foi membro da Comissão Administrativa que reorganizou a Associação, alterou os estatutos e adaptou-a ao novo enquadramento político e social. Foi vice-presidente entre 1911 e 1912 e voltou a ocupar esse cargo entre 1918 e 1920, no período conturbado do pós-guerra e do assassinato de Sidónio Pais.
Em 1921 assume a presidência da AIP, após ter sido alvo de dois atentados e de ter decretado o "look out" das suas empresas por considerar insustentáveis os entraves governamentais ao funcionamento das mesmas.
Fonte: AIP-CCI
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